sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Os 160 anos de Blumenau - SC

Ontem dia, 2 de setembro, comemoramos o aniversário da cidade catarinense de Blumenau.

Costumo dizer que sou de Curitiba – PR, porém adotado por Blumenau, que sem dúvidas acolheu minha família e outras tantas que ficaram ou passaram.

O fato é que não posso ignorar os seus 160 anos de história, parte misturada na minha história e carinho que tenho pela cidade.

Desde ontem resolvi fazer um levantamento bibliográfico que ajude na interpretação do desenvolvimento da cidade. Em parte instigado por ler os jornais da região e verificar um saudosismo que impera em alguns setores da cidade, de lembranças que particularmente não conheci no período da minha infância e adolescência. E também por cultivar a muito tempo uma necessidade de pensar a história de Blumenau por um ângulo mais crítico, fazendo o contraponto à visão hegemônica, que a meu ver não contribui para os desafios da cidade e da região no futuro.

Começando pela saudade de uma Blumenau descrita com cidade perfeita, acredito que a síntese do pensamento hegemônico esta representado, com sempre, no artigo do colunista do Jornal de Santa Catarina (RBS/GLOBO) Valther Ostermann:

 “Blumenau já está bem grandinha, e completa 160 anos. Vive uma crise de tamanho, assustada com o trânsito que era fácil e deixou de ser, o nível da violência que não havia antes, a falta de flores nas janelas – nos canteiros têm –, a poluição extrema de seus ribeirões e a miscigenação que tirou dela o epíteto de loira.”
(...)
“Mas continua sendo a melhor cidade do mundo para quem gosta dela. Meu caso. Que voltem, pois, as flores nas janelas, e não se poluam mais seus ribeirões. Que haja tolerância no trânsito e em todos os lugares, e que, melhorando um pouquinho mais, continue sendo a melhor cidade do mundo.”

No período dos últimos desastres naturais ocorridos na cidade, fiz a leitura de um artigo muito interessante de um pastor luterano que resgatava a dificuldade de planejamento em Blumenau desde o período colônia e que até hoje não foi superado e enfrentado de maneira eficiente. (Esse artigo merece ser resgatado, nesse espaço, só que em outro momento.)

Blumenau vive um crescimento, que causa estranheza natural. A mesma deve ser superada com energia, enfrentando os problemas com clareza. Primeiro devemos reconhecer que Blumenau deixou de ser uma colônia alemã há muito tempo e precisa ser pensada como uma cidade cosmopolita.

A cultura e tradições são elementos geracionais, que ou vão se tornar desinteressantes para as futuras gerações ou continuará sendo reconhecida pelas mesmas.

Existe uma necessidade de humanizar a cidade, degradada por uma relação de trabalho fabril e comercial, onde a única válvula de escape desse povo não pode ser um shopping onde poucos consomem. Onde os espaços de convivências esta resumido em um parque que não é acessível a todos e muito menos aos ônibus e terminais urbanos, onde as pessoas participam de uma dança sincronizada, alienadas pelo cansaço e cotidiano massacrante.  

 A cidade que repentinamente é atingida pela natureza (e continuará), deve estar preparada para tais acontecimentos, podendo assim minimizar, tanto em número de vidas como economicamente.

Blumenau conta com privilégio de uma Universidade do porte da FURB, centro de muita tradição e que reúne uma inteligência considerável e que passa por um momento de discussão, refletindo um pouco dessa Blumenau transitória entre o passado e o futuro.

Hoje em pleno processo de eleição para a reitoria, alegra saber que a bandeira da chapa 2, do meu ex-professor Valmor Schiochet é a discussão de uma Universidade mais Pública, mais Democrática e mais Humana. Combina com Blumenau hoje.

A mesma precisa ser MAIS PÚBLICA, MAIS DEMOCRÁTICA E MAIS HUMANA.

Como a FURB, Blumenau também vive um contexto de crises, incertezas e possibilidades.

Mesmo assim, parabéns.



Obs: Estou tentando encontrar meu estilo literário. Desculpe as incoerências. O que importa é a tentativa. 

2 comentários:

  1. "Komm mit nach Blumenau, da ist der Himmel blau..."

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  2. sentirei falta de blumanau porque ja fui para lá e tambem queria diser trien terd até um outro dia blumenau outras ferias irei para lá i yailov blumenau

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