Ontem dia, 2 de setembro, comemoramos o aniversário da cidade catarinense de Blumenau.
Costumo dizer que sou de Curitiba – PR, porém adotado por Blumenau, que sem dúvidas acolheu minha família e outras tantas que ficaram ou passaram.
O fato é que não posso ignorar os seus 160 anos de história, parte misturada na minha história e carinho que tenho pela cidade.
Desde ontem resolvi fazer um levantamento bibliográfico que ajude na interpretação do desenvolvimento da cidade. Em parte instigado por ler os jornais da região e verificar um saudosismo que impera em alguns setores da cidade, de lembranças que particularmente não conheci no período da minha infância e adolescência. E também por cultivar a muito tempo uma necessidade de pensar a história de Blumenau por um ângulo mais crítico, fazendo o contraponto à visão hegemônica, que a meu ver não contribui para os desafios da cidade e da região no futuro.
Começando pela saudade de uma Blumenau descrita com cidade perfeita, acredito que a síntese do pensamento hegemônico esta representado, com sempre, no artigo do colunista do Jornal de Santa Catarina (RBS/GLOBO) Valther Ostermann:
“Blumenau já está bem grandinha, e completa 160 anos. Vive uma crise de tamanho, assustada com o trânsito que era fácil e deixou de ser, o nível da violência que não havia antes, a falta de flores nas janelas – nos canteiros têm –, a poluição extrema de seus ribeirões e a miscigenação que tirou dela o epíteto de loira.”
(...)
“Mas continua sendo a melhor cidade do mundo para quem gosta dela. Meu caso. Que voltem, pois, as flores nas janelas, e não se poluam mais seus ribeirões. Que haja tolerância no trânsito e em todos os lugares, e que, melhorando um pouquinho mais, continue sendo a melhor cidade do mundo.”
“Mas continua sendo a melhor cidade do mundo para quem gosta dela. Meu caso. Que voltem, pois, as flores nas janelas, e não se poluam mais seus ribeirões. Que haja tolerância no trânsito e em todos os lugares, e que, melhorando um pouquinho mais, continue sendo a melhor cidade do mundo.”
No período dos últimos desastres naturais ocorridos na cidade, fiz a leitura de um artigo muito interessante de um pastor luterano que resgatava a dificuldade de planejamento em Blumenau desde o período colônia e que até hoje não foi superado e enfrentado de maneira eficiente. (Esse artigo merece ser resgatado, nesse espaço, só que em outro momento.)
Blumenau vive um crescimento, que causa estranheza natural. A mesma deve ser superada com energia, enfrentando os problemas com clareza. Primeiro devemos reconhecer que Blumenau deixou de ser uma colônia alemã há muito tempo e precisa ser pensada como uma cidade cosmopolita.
A cultura e tradições são elementos geracionais, que ou vão se tornar desinteressantes para as futuras gerações ou continuará sendo reconhecida pelas mesmas.
Existe uma necessidade de humanizar a cidade, degradada por uma relação de trabalho fabril e comercial, onde a única válvula de escape desse povo não pode ser um shopping onde poucos consomem. Onde os espaços de convivências esta resumido em um parque que não é acessível a todos e muito menos aos ônibus e terminais urbanos, onde as pessoas participam de uma dança sincronizada, alienadas pelo cansaço e cotidiano massacrante.
Blumenau conta com privilégio de uma Universidade do porte da FURB, centro de muita tradição e que reúne uma inteligência considerável e que passa por um momento de discussão, refletindo um pouco dessa Blumenau transitória entre o passado e o futuro.
Hoje em pleno processo de eleição para a reitoria, alegra saber que a bandeira da chapa 2, do meu ex-professor Valmor Schiochet é a discussão de uma Universidade mais Pública, mais Democrática e mais Humana. Combina com Blumenau hoje.
A mesma precisa ser MAIS PÚBLICA, MAIS DEMOCRÁTICA E MAIS HUMANA.
Como a FURB, Blumenau também vive um contexto de crises, incertezas e possibilidades.
Mesmo assim, parabéns.
"Komm mit nach Blumenau, da ist der Himmel blau..."
ResponderExcluirsentirei falta de blumanau porque ja fui para lá e tambem queria diser trien terd até um outro dia blumenau outras ferias irei para lá i yailov blumenau
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