Os acadêmicos tucanos, quem diria, retrocederam 300 anos
Por José Reinaldo Carvalho
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"Deve ser duro ser tucano nos dias que correm, inclusive quando é cientista político e professor."
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Resistentes a concordar com que o Brasil mudou nos últimos 8 anos, alcançando importantes conquistas nos planos político, econômico, social e da política exterior, esses professores encontram explicação para a tendência do eleitorado de votar pela continuidade do governo Lula na “sensação de bem-estar” do povo. Fez lembrar um ex-governador tucano, que diante do aumento vertiginoso da criminalidade no Pará durante a sua gestão, dizia que havia uma “sensação de insegurança”.
O professor falava da “sensação de bem-estar” do povo, durante uma entrevista radiofônica, seguida por um boletim meteorológico que avisava sobre a distância entre a temperatura e a sensação térmica. O ouvinte deve ter ficado um pouco transtornado entre saber se o povo estava vivendo melhor ou apenas se sentindo melhor e sobre que roupa pôr diante do hiato entre a temperatura real e a sensação térmica.
Trivialidades à parte, o que se observa é que a onda avassaladora da campanha de Dilma, que ameaça esfarelar os planos da oposição conservadora e neoliberal, está levando um setor da ciência (!) política brasileira a retroceder três séculos e buscar inspiração no Bispo anglicano Berkeley, idealista subjetivo e empirista, talentoso escritor e filósofo do século 18. Ele não aceitava que as ideias representam alguma coisa diferente delas próprias. Berkeley achava que só existiam ideias e sensações. Ele não aceitava o fato tão natural de que as ideias e as sensações são representações da realidade.
Assim, os nossos cientistas políticos tucanos estão tendo uma recaída ao idealismo subjetivo, retrocedendo três séculos, para encontrar explicações plausíveis aos fenômenos em curso na vida política brasileira, uma realidade que se impõe e que não querem aceitar nem aturar."
Nossa, ótimo texto!
ResponderExcluirEle se basta, nem sei o que comentar, hehehe...
Beijo, beijo!