Com o aproximar das eleições gerais em outubro, os partidos
brasileiros reúnem-se para definir seus candidatos, táticas eleitorais,
programas e até mesmo suas alianças. Não foi diferente com o PCdoB-SC.
A avaliação da direção estadual do partido, analisou o
cenário eleitoral e optou por uma aliança com o PSD do governador Raimundo
Colombo, decisão que tem por objetivo exclusivo alcançar uma vaga de deputado
federal.
O constrangimento público é sentido dentro e fora do partido,
e acredito que o momento tornou-se o ápice de uma crise que se arrasta por
alguns anos em Santa Catarina.
A crise dentro de um partido, do tipo Comunista, deve servir
para avaliar os conceitos e educar seus militantes. E é por isso, que NÃO vou
aderir ao processo de desfiliação. Eu fico, porque esse é o partido político
que acolheu os melhores momentos da minha vida. É o partido político que dedico
10 anos consecutivos da minha energia, sonho, e militância. E nesse momento
difícil, é que os comunistas precisam buscar a unidade e vencer juntos as
adversidades de um sistema político tão contraditório.
Na minha opinião o PCdoB em Santa Catarina, teve sempre
todas as condições políticas para crescer em número e qualidade. Porém, nunca
soube aproveitar plenamente sua inserção nos movimentos sociais e abrir espaço
para uma atuação enérgica no legislativo. Pelo contrário. Nosso partido
definhou. Retrocedeu, e tornou-se “mais um” no meio de tantos outros.
É preciso olhar para o partido e avaliar nossa atuação, e trabalhar
com os números reais da matemática política. Política se faz com força, e se o
partido não tem essa força, não deve e não precisa escolher o caminho mais
fácil para alcançar os êxitos eleitorais.
O partido precisa compreender os fenômenos internos que
afastaram e continua afastando importantes nomes e lideranças. Compreender os fenômenos
que excluí da vida partidária históricos camaradas de luta.
Sem visões idealistas da política, defendo e vejo com bons
olhos a vinda do PSD para o campo do projeto Dilma. Porém até mesmo esse apoio,
precisa ser problematizado. O que motiva essa declaração de votos em Dilma? Um
partido que tem no seu DNA, nomes que sempre espumaram ao falar de Lula e do
PT. Será que o governo Dilma representa as opiniões políticas desses sujeitos? Se
a resposta for sim, então precisamos reorientar esse governo que representa o
que de mais avançado construímos na história política nacional e deve ser
entendido como um patrimônio do povo brasileiro.
No vale tudo da política, os comunistas não podem ser
regidos por essa lógica política incoerente. É preciso reafirmar o que faz o
PCdoB ser diferente dos outros partidos. Reafirmar que somos COMUNISTAS, e que
defendemos uma transformação social radical (obviamente sem sectarismos e
dogmatismos tão presente em outros setores da esquerda).
Desejo que o Partido Comunista do Brasil em Santa Catarina
tenha vida longa e que no decorrer desse processo possamos restabelecer nossos
princípios indiscutíveis.
Nesse sentido, deixo claro que NÃO apoiarei o candidato
Raimundo Colombo (PSD).
Nessas eleições estarei nas ruas, levando bem alto a
bandeira vermelha que carrega a esperança dos trabalhadores do campo e da
cidade. Estarei outra vez construindo meu partido, organizando nossas lutas e
defendendo a reforma política.
Abraços.
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