segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Desafios catarinenses

É fato que iniciamos um novo período político a partir da posse da Presidenta Dilma Rousseff. Posse repleta de simbolismos e significados e que marca a significativa ausência do líder operário Lula a frente do processo iniciado em 2003.

Os oito anos consecutivos de governo, caracterizado por ampla coalizão de forças, determinou uma construção histórica distinta. Atingimos na política uma forte tendência progressista, possibilitando romper parcialmente com o sistema de privilégios, concentração social e regional de renda.

A participação social ampliada, nas decisões do estado, tornou-se peça chave para consolidar o novo Brasil e obter amplo respaldo social até o presente momento. Fez-se presente cotidianamente uma militância, brasileiras e brasileiros anônimos que de alguma forma sentem-se participantes ativos das transformações positivas.

Dos fenômenos, até agora levantados, intriga o fato de Santa Catarina encontrar dificuldades em associar-se politicamente a essas transformações. Em partes o problema parece resultar no que afirmava o sociólogo Florestan Fernandes.

Segundo sua análise, os fatores históricos como a escravidão tardia, a herança colonial e a dependência em relação ao capital externo, fazia com que a burguesia brasileira insistisse na resistência às mudanças sociais, mais energicamente do que as classes dominantes dos países cujo desenvolvimento fosse mais avançados.

Neste caso o desafio das forças progressistas em Santa Catarina, não se trata de uma disputa apenas com a direita neoliberal e os conservadores. E sim de uma disputa decorrente da complexidade que alcançou o capitalismo brasileiro e o atual estágio do desenvolvimento da luta de classes no país. 

Em Santa Carina encontramos dificuldade de penetrar nos setores beneficiados diretamente por esse período positivo, que vão desde a população historicamente excluída, como a classe média e os setores produtivos. 

Assim o estado, volta a ser referência bizarra de uma experiência conservadora com cara de moderna. Será necessário acompanhar diariamente as ações da era “Colombo”, desconstruindo através da luta de idéias o que for pertinente, mobilizando forças políticas na tentativa de que as eleições municipais a resposta a esse modelo de administrar o estado seja colocado em cheque. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário